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O Jogo da Disney que foi retirado das prateleiras.

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Em meio à enxurrada de clássicos que marcaram a era 16-bit, existe um título que poucos lembram — e não por falta de potencial, mas porque foi literalmente apagado do mapa. Estamos falando de Fantasia, o jogo do Mega Drive baseado na obra-prima animada da Disney de 1940. Mas por que esse jogo, que tinha tudo para ser um marco, acabou sendo retirado das prateleiras por ordem da própria Disney?

A Promessa de Roy Disney

Lançado em 1991 pela Sega, Fantasia colocava o jogador no papel do icônico Mickey Mouse como o Aprendiz de Feiticeiro. Visualmente, o jogo impressionava com gráficos vibrantes e músicas baseadas na trilha sonora do filme — que, convenhamos, era uma das maiores riquezas da animação original.

Só que havia um pequeno (ou gigantesco) problema: Roy E. Disney, sobrinho de Walt Disney e um dos líderes da empresa na época, ficou furioso ao descobrir a existência do jogo. Segundo ele, havia feito uma promessa pessoal ao tio de que Fantasia jamais seria explorado comercialmente fora do cinema. Para Roy, o jogo violava diretamente essa promessa.

Resultado? Ele ordenou a imediata retirada do jogo do mercado mundial.

Uma Retirada Global

Diferente de boatos que circulam por aí, a retirada não aconteceu apenas nos Estados Unidos. A ordem de recolhimento foi mundial, afetando mercados como Europa, Japão e até o Brasil, onde o jogo havia sido distribuído pela saudosa Tec Toy.

Aqui no Brasil, isso não foi tão sentido, já que a Tec Toy ja havia vendido muitas cópias. É possível achar até hoje cópias usadas, claro, desse clássico que na verdade era muito difícil de se jogar.

Estima-se que cerca de 5.000 cópias não vendidas foram recolhidas e destruídas. Isso, claro, não inclui as que já haviam sido vendidas nas primeiras semanas após o lançamento.

Uma Experiência Frustrante

Mesmo sem a intervenção da Disney, talvez Fantasia não tivesse se tornado o clássico que se esperava. A crítica especializada da época caiu matando: jogabilidade travada, controles pouco responsivos e design de fases confuso foram os principais alvos. Em uma resenha da revista Mean Machines, o jogo foi descrito como “uma decepção enorme”, apesar do apelo visual.

Fantasia era um jogo tão difícil de se jogar que até dava raiva. Era uma mistura de raiva com prazer, já que as músicas era empolgantes, os gráficos excelentes para a época, mas a jogabilidade e os movimentos do Mickey eram horríveis. Eu chegar a ter Fantasia, mas na época troquei rapidamente com algum colega da época que gostava do Mickey.

Item de Colecionador

Justamente por ter sido recolhido tão rapidamente, Fantasia se tornou um item raro entre colecionadores de Mega Drive. Hoje, um cartucho original pode ser encontrado por valores que variam bastante — versões paralelas saem por R$ 50 a R$ 150, enquanto cópias japonesas originais podem ultrapassar os R$ 700, especialmente se vierem com caixa e manual.

O Jogo Proibido da Sega

Fantasia acabou entrando para a história como o “jogo proibido” da Sega. Uma tentativa ousada de adaptar um dos maiores clássicos da Disney que, ironicamente, foi enterrada pela própria empresa que inspirou o projeto. E assim, esse título virou lenda entre os retro gamers — não por ser uma obra-prima dos 16 bits, mas por ser uma das poucas vezes em que um grande jogo foi retirado das prateleiras por razões morais e familiares.


E aí, você lembra de ter visto esse jogo nas locadoras? Já chegou a jogar Fantasia no Mega Drive? Ou é daqueles que só ouviram falar na história? Seja como for, esse é um daqueles casos raros que provam que, às vezes, nem todo jogo “cancelado” foi por falta de qualidade técnica — mas por histórias que parecem saídas de um enredo da própria Disney.

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